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Governo determina suspensão das aulas até o dia 30 de abril

Diogo Brondani

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O cenário de salas de aula vazias em diferentes instituições de ensino deve seguir por, pelo menos, mais um mês em todo o Rio Grande do Sul. O motivo é que o governo do Estado divulgou, na terça-feira, que as atividades escolares estão suspensas até o dia 30 de abril. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Leite (PSDB) durante uma transmissão ao vivo pela internet. A medida vale para escolas da rede estadual, universidades e instituições de ensino públicas e privadas. 

O objetivo é diminuir a possibilidade de contaminação da população pelo coronavírus.

- Não vemos, neste momento, a possibilidade de, durante o mês de abril, regredirmos as regras de restrição de contato. Assim, com essa nova orientação, as famílias podem se organizar - declarou o governador, que complementou ainda que, "embora, na maioria dos casos, não desenvolvam a doença com gravidade, jovens e crianças são considerados transmissores do coronavírus".

Inicialmente, as aulas da rede pública estadual haviam sido suspensas até o dia 2 de abril, de acordo com o Decreto 55.118. Universidades e instituições de ensino haviam definido, também, datas para o retorno. Mas, agora, com o novo decreto, as aulas em todas as instituições de ensino no Estado ficam suspensas.

Em Santa Maria, a determinação, que deve ser publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado, dividiu opiniões entre os diferentes segmentos de ensino.

AS OPINIÕES
Questionada sobre a determinação, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) respondeu que aguarda a publicação do decreto estadual para se posicionar e orientar as escolas, pois a determinação nacional em que a pasta se baseava era de suspensão até 20 de abril.

Já a coordenação do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) disse que "defende que a decisão sobre a continuidade da suspensão das aulas precisa ser baseada em critérios técnicos de especialistas da área da saúde".

Como a determinação também cabe às instituições privadas de ensino, a direção da Universidade Franciscana (UFN) foi procurada para comentar o assunto. A assessoria informou que a universidade "está com as atividades acadêmicas e administrativas interrompidas até o dia 4 de abril. No próximo dia 3, nova posição vai ser dada sobre os atendimentos ao público. Em relação às aulas presenciais, os docentes já organizaram o mês de abril com atividades online e, diante do exposto, vai seguir todas as orientações do Estado para o controle da pandemia".

A maioria das escolas da rede particular da cidade deve se posicionar sobre o calendário até o final desta semana.

A prorrogação da suspensão das aulas já era esperada pelos professores da rede estadual. Segundo o coordenador do 2º Núcleo do Cpers, que abrange Santa Maria e região, Rafael Torres, a medida é uma atitude correta e acertada, uma vez que os milhares de alunos - crianças e adolescentes - são potenciais vetores de transmissão do vírus.

- Esse deve ser um esforço coletivo. O Cpers apoia toda medida que tenha como base evidências científicas, sem achismos e posições políticas - afirma.

NA UFSM
A Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também recebeu a notícia da prorrogação como uma medida acertada para este momento. Para o reitor, Paulo Burmann, a decisão era previsível, uma vez que este é um dos caminhos para reduzir a velocidade de disseminação da Covid-19 e evitar a sobrecarga no sistema de saúde.

- É uma estratégia que tem funcionado e que depende de um conjunto de esforços. A universidade tem feito sua parte, avaliando com seriedade todas as medidas adotadas junto à população universitária para minimizar os impactos da doença - declara.

Uma das preocupações são os estudantes que permanecem no campus, seja pela dificuldade de deslocamento até as cidades de origem, seja por opção por ficar em Santa Maria. Nesse sentido, Burmann diz que são feitas avaliações diárias sobre a situação.

- Alguns estudantes optaram por permanecer na Casa do Estudante por se sentirem mais seguros, uma vez que eles vêm de cidades onde as chances de contaminação são maiores. Por isso, estamos oferecendo todo o suporte possível - explica o reitor.

ATIVIDADES DE FORMA REMOTA
Para evitar que os alunos da rede estadual sejam prejudicados, foi implementada a metodologia das aulas programadas, envolvendo diversos recursos pedagógicos e tecnológicos os quais as escolas dispõem, incluindo plataformas digitais e aplicativos variados.

As atividades desenvolvidas por meio das aulas programadas estão disponibilizadas de modo que todos tenham acesso, seja por mensagens de WhatsApp ou Facebook, compartilhamento de arquivos de áudio e vídeo, por e-mail, por salas virtuais ou até mesmo pela entrega de materiais didáticos nas áreas rurais do Estado.

O coordenador do 2º Núcleo do Cpers, Rafael Torres, destaca que cada escola tem uma realidade distinta, e que os materiais de atividade pedagógicos estão sendo produzidos conforme a orientação e decisão de cada direção de escola.

- É claro que, sem a presença do professor, os alunos, de certa forma, ficam desassistidos. Mas essa produção de tarefas terá continuidade. As escolas têm utilizado diversas ferramentas, como sites, e-mails e as redes sociais. Outras optam por entregar o material diretamente para os estudantes. Depende da realidade de cada instituição - explica.

Na UFSM, segundo o reitor Paulo Burmann, os professores têm autonomia para manter ou não atividades em EAD, assim como o aluno tem a opção de realizar ou não essas atividades.

- A atividade EAD é uma opção, não uma obrigação, pois cada disciplina tem suas especificidades. O importante é mantermos uma interação entre professor, aluno e instituição - avalia.

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